sexta-feira, 12 de novembro de 2010

O dia 25 de outubro de 2010

Não me lembro muito bem como acordei naquela segunda-feira, mas com certeza foi com muita ansiedade de ir logo ver meu filho como a cada manhã em que amanhecia apenas com meu marido no quarto e ele estava naquela UTI.
11:30hrs primeira visita do dia. Eu passava a mão no seu rostinho, segura sua mãozinha ele "tentava" mexer os dedinhos. Mexia a boquinha como se estivesse sonhando e chupando a chupeta. Nesta manhã papai estava trabalhando.
12hrs fim da visita.
14hrs Leo me liga e diz que ligaram do hospital e que era para irmos pra lá, meu coração gelou, tremi, orei.
Em 30min tinha chegado lá. Theo tinha tido uma parada cardíaca mas logo depois tinha voltado. Os médicos mais uma vez vieram nos dizer que o caso era muito grave e que podíamos vê-lo quando quiséssemos. Ficamos com ele até as 15:30, demos uma volta e voltamos na visita das 16hrs.
Ficamos com ele até as 17:00hrs, mas neste tempo ja não estava tendo pequenas reações, seus batimentos estavam baixos e eu estava achando aquilo estranho, mas o monitor não fixava no seu pezinho.Voltamos pra casa, e mais ou menos às 17:30hrs  quando entramos com o carro na garagem outra ligação do hospital. Voltamos desesperados mas ainda sem saber o que tinha acontecido, pediram apenas que fôssemos pra lá.
Entramos na UTIn pediram para aguardar na recepção, sentamos no sofá. As médicas sairam lá de dentro. O tempo parou ali, e ouvi uma voz dizendo que ele teve outra parada e não tinha voltado.
Não, eu não acreditei. Eu não senti nada. Eu fiquei em choque. Eu repetia a palavra NÃO várias vezes na minha mente. Eu não aceitava. Eu olhava pro nada. Ali eu me tornava NADA.
Falaram que tinham deixado ele ali no seu bercinho para que pudéssemos vê-lo. Eu não quis, Leo foi e eu fiquei ali sentada naquele sofá com meu interior adormecido, anestesiado. Eu não queria ver meu filho morto.
Decidi pois já tinha ouvido que eu precisa ver para superar.
Me levantei, respirei fundo e fui. Lá estava ele só de fraldinha, e irreconhecível, inchado.
Eu agarrei suas perninhas, beijei seus pezinhos e pedi a Deus que o trouxesse de volta.
Em sua certidão de óbito está o horário da morte: 17:40hrs. Ele só esperou agente sair, se despedir de nós para ir encontrar o Papai do Céu....

Nenhum comentário: